terça-feira, 15 de maio de 2007

Continue a história 2...


O moleque subiu no pé de siriguela... Bem lá no "ôi" daquele pé de pau, encheu a camisa dobrada - na altura do “bucho” - de frutas (a maioria ainda verdes) e começou a chupar e comer, jogando os caroços em Dona Eufrásia que varria o quintal...

“... a velha botou as mãos nos “quartos”, olho prum lado, olhou pro outro, mas seus óculos fundo de garrafa não a deixavam avistar o menino franzino que se escondia por detrás da folhas do pé de pau... Ele se morria de rir, e jogava mais caroços... D. Eufrásia viu que eram de siriguela, olhou para a árvore do outro lado da cerca, como quem procura ver um detalhe... Olhou, espiou, mas não enxergou, depois de 3 ou quatro olhadas, praguejou e disse um monte de palavrão e saiu “arriliada” da vida! O moleque recuperando-se do riso contido, tem aquela missão por cumprida... o que iria fazer agora ?...”

O moleque, depois de comer todas aquelas siriguelas e aprontar uma arte pra cima de D. Eufrásia... Com a camisa toda suja e nódoas causadas de suas peraltices, desceu da árvore, pulou o cercado de SEU AVELINO e foi ver as cabras que seu amigo TONTONHO cuidava... O sonho do Moleque GERALDINHO era poder comprar um pedaço de terra maior para SEU QUIDANIRO (pai dele) e criar uma ruma de bicho, como o cachorro "Piaba" que ele tinha e amava...

No alto dos seus Nove anos ainda incompletos, "comprar um terreno" era meta de vida, era o sonho magno... Mal sabendo ele que a vida poderia dar-lhe muito mais! Apesar de danado, tinha esses momentos de "filho"... Piaba era traquino como seu dono, aprontava a toda hora, se algo de errado acontecesse, sem dúvida alguma, Geraldinho e Piaba eram os primeiros suspeitos! Essa dupla já tinha "pago" muitas contas que nem deles eram... É o preço da traquinagem! Quando Geraldinho pulou a cerca, Piaba, do quintal da casa, o avistou e deu uma carreira, atravessou o quintal de D. Eufrásia... "Raspando" pela brecha na cerca. Piaba alcançou seu dono e cúmplice, e tratou logo de dar uma carreira nas cabras... Tontonho, já anestesiado das "arrumações" de Geraldinho e Piaba, nem ligou... As cabras também correram já sem medo, só pra cumprir o proforme... Tontonho logo arrumou ocupação pra Geraldinho, pediu que ele levasse umas das cabras na casa de Ernestina, era um presente, Lá foi Geraldinho, levando a cabra do cabresto...

"Eita que maravilha! Pensou ele (Geraldinho)... Quando recebeu esta incubência de levar a "MIMOSA" - a cabra mais linda que ele achava - para D. ERNESTINA... Seria um passeio longo em conjunto com Piaba que não parava de jogar a língua para um lado e para o outro, num misto de alegria de bicho livre - alegre e sede em razão da correria naquele dia de sol... No caminho eles poderiam comer bananas, sapotis e ainda passar no meio de um pequeno riacho que cortava a estradinha que dava para casa de D.Ernestina... E lá, com certeza eles seriam recompensados com aquele pedaço de bolo de macaxeira que ela sempre fazia para comer no meio da tarde com seu velho amigo e marido "SEU ZÉ JACINTO"... MIMOSA em nada "reclamava"... EITA QUE MENINO FELIZ!!

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