sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A publicidade, a imagem e a reflexão.

Bem sabemos que a publicidade nos dias atuais é de suma importância para o tipo de sociedade em que vivemos. A origem etimológica do vocábulo "propaganda" vem do latim "propagare", que significa multiplicar, por reprodução ou por geração, estender. Na atualidade, podemos definir propaganda como comunicação persuasiva, através de um conjunto de técnicas e atividades de informação, destinadas a influenciar as pessoas, as opiniões, os sentimentos e o comportamento do público.

Ao acessar diversos sites de Universidades brasileiras no Mundo "virtual", percebemos que na Grade de cursos ofertados: Marketing, Publicidade / Propaganda. Tornou-se forte à procura com o consequente crescimento no mercado, pois, a grande maioria das empresas dos diferentes setores e seguimentos utilizam a publicidade como forma de desenvolvimento e crescimento: Solidificando um conceito, tornando pública uma marca e buscando atrelar produtos com conceito de bem estar.

De tal maneira que percebemos que muitas empresas já nem se preocupam com produção, mas com a difusão do que é produzido. Uma verdadeira quebra de paradigma, onde o que antes era importante a indústria, hoje passa ser importante o mercado. A cultura contemporânea ocidental vem caracterizando-se pela efemeridade, pela primazia da circulação e divulgação do produto sobre a produção em si.

Através da Publicidade neste mundo onde literalmente se vende a ideia da felicidade atrelada ao consumo e onde busca-se "coisificar" valores, observamos produtos serem associados a determinada classe social e ao conceito de felicidade. E tudo se dá com a "HIPERVALORIZAÇÃO" DA IMAGEM. Muitas vezes não se consomem produtos, mas, imagens idealizadas.

Consome-se uma projeção de nós mesmos: Dos nossos anseios, vontades, desejos, intenções e daquilo que acreditamos.

Na obra "The Hidden persuaders" (Apud Vance Packard, p.45) observamos aquilo que já é notório: "Pessoas têm uma enorme lealdade a suas marcas de cigarro, muito embora em testes não consigam distinguí-la de outras marcas. Elas estão fumando completamente uma imagem." É a "canonização" através da imagem e de sons recortados de um modo de vida. Graças aos meios de comunicação de massa a imagem é um bem de consumo, tendo enorme valor econômico.

Vejamos baixo esta campanha do Pão de Acúcar ("O que faz você feliz!?")



Neste diapasão e toada, também existe um enorme preocupação com a utilização da publicidade no Mundo infantil. Cheguei inclusive, a postar neste pequeno espaço da "blogosfera" sobre isso mostrando trecho do filme de Estela Renner.
(http://poruminstante.blogspot.com/2010/01/prejudicial-publicidade-infantil.html).

Discutindo com admirado amigo (Marcelo) paulistano, hoje residindo no Chile com sua adorável esposa Macarena, chegamos em reflexões sobre a necessidade de intensificar debates contra a naturalização da sociedade de consumo - e a mídia é um grande agente deste vetor de hegemonização da consciência coletiva - criando espaços para esclarecer como o excesso de publicidade pode prejudicar nossos critérios e a soberania decisória; Como a publicidade infantil afeta direitos fundamentais da criança; Como o monopólio e oligopólio dos meios de comunicação afeta o exercício da democracia e cidadania, inclusive afetando a formação da identidade nacional/cultura nacional etc.

Pergunta-se: A associação automática involuntária de uma necessidade ou um desejo com uma marca, será correto? Ético? Há um limite para o quanto nossa psique pode ser invadida por MENSAGENS NÃO SOLICITADAS??

Marqueteiros inúmeros se unem com psicólogos para "fazer a cabeça" das crianças que estão indefesas vendo desenho animado sendo bombardeada por ¨Compre isso!! Isso é legal, Isso é bacana!!!"; "Chore que seu pai compra".

Caso (vídeo) clássico é o vídeo que discute o preconceito racial incutido de maneira indelével, "invisível" nas crianças norte-americanas..




Mas, bem sabemos que aproximar produtor e consumidor não é a única função da propaganda na sociedade. O Brasil está entre os 10(dez) países de maior maercado publicitário do Mundo.

A publicidade tenta nos comprometer com uma marca, atrelando esta com sentimentos agradáveis. Em recente campanha publicitária da Brastemp realizada através de 11 estações de rádio de São Paulo percebemos o poder dos meios de comunicação e a força daquilo que venho explicitando neste pequeno artigo. As rádios transmitiram simultaneamente o "spot" nominado "Sorriso", onde convidaram motoristas a sorrir para outros motoristas no trânsito. O resultado: Sorrisos estimulantes, "quebras de armaduras" nos volantes e a produção de endorfinas, neurotransmissores que produzem a sensação de bem-estar e relaxamento. Sem dúvida, uma ótima ideia para solidificar a marca e demonstrar que a propaganda pode mudar muitas posturas: Positivamente ou de forma negativa.




Em campanha publicitária denominada "Disconnect to connect" uma empresa de telefonia móvel japonesa apontou de forma inteligente e até tocante da necessidade de "estar presente" e conectar-se ao mundo em sua volta.



Este pequeno artigo serve para "mote" de vários outros.

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