segunda-feira, 10 de novembro de 2008

DAS JANELAS I


Da janela do meu quarto já observei muito o mundo!
Já planejei diversas viagens à Lua e noutras fantasias..
Deitado em minha cama fitando os olhos entre as grades de proteção da janela,
Vivenciei diversos vôos rasantes com meus amigos passarinhos de toda cor que vinham
Saborear os cheiros e os néctares das lindas flores do meu jardim...

Da minha janela, quando criança, me peguei por diversas vezes fixando o olhar na lagartixa que passeava pela parede e parava do nada como estivesse hipnotizada com a brancura larga da parede...Mal sabia ela ( a lagartixa) que sua presença ornamental contrastando naquela parede branca com os galhos verdes do jardim me deixava absorto nos meus sonhos de menino sonhador.

Da janela do meu quarto, sentado na cadeira de estudos, agora na adolescência,
Via-me observando o corredor que dava para o lindo jardim de minha casa,
O balançar das árvores pequenas que se alinhavam com o muro vermelho de casa e
Sentia os cheiros característicos das tardes de inverno.

Da janela do meu quarto,
Conseguia subir por entre os espaços da grade de proteção até o telhado de casa
Onde ficava horas a fio a observar outras janelas de casas vizinhas com suas cores diversas e movimentos diferentes, bem como, ficava a fitar a janelas que se faziam por entre as nuvens do céu com a luz da Lua.

Em pé, ao lado das janelas dos quartos, vivia a brechar o cotidiano alheio e
as curvas das namoradinhas no desabrochar dos seus hormônios.
No andar das ruas avenidas e ruelas,
Vi muitas janelas e cada vez mais me pego fascinado por elas:
Cores, olhares, contornos, grades de proteção, decorativas, contemplativas...
Janelas são olhares abertos para o mundo!

DO AURÉLIO

janela[Do lat. vulg. *januella, dim. de janua, ‘porta’.]
Substantivo feminino
1.Abertura na parede dum edifício para deixar que nele entrem a luz e o ar.2.Claro que fica num do-cumento e corresponde a uma palavra que faltou e se deve escrever. [Cf. (nesta acepç.) abertas.]
3.Anat. Designação genérica de abertura ou área aberta.
4.Art. Gráf. Abertura feita em folha de papel, cartão, etc., protegida ou não por material transparente, para deixar ver o que lhe fica por baixo, como no chamado envelope de janela.
5.Astr. Melhor período para a realização de órbita de transferência (q. v.), com gasto mínimo de energia.
6.Fís. Nucl. Num dispositivo de detecção de partículas, parte da sua envoltória que é suficientemente delgada para permitir a passagem das partículas.
7.Inform. Em interfaces gráficas, região retangular na tela do computador delimitada pela representação de uma moldura, destinada a exibir as informações de um processo em execução. [O uso de várias janelas simultaneamente abertas, que podem ser reposicionadas, redimensionadas e sobrepostas umas às outras, permite ao usuário acompanhar e intervir separadamente nas diferentes tarefas em execução.]
8.Geol. Abertura produzida pela erosão, e que deixa descoberto o substrato de camadas mais antigas.
9.Pop. Qualquer buraco, abertura ou rasgão.
10.Prop. Em gravação de comercial de rádio ou televisão, espaço para inserção ou modificação de áudio e/ou vídeo, sem que seja necessário refazer o resto da gravação.


11.Tip. Furo em fôrma tipográfica, causado por tipo caído ou retirado; broca.
12.Bras. Período de tempo livre no horário de trabalho de um professor ou no horário de aulas de um aluno.  DO WIKIPÉDIA

Uma janela é uma abertura em um elemento de vedação arquitetônica, como uma parede. Ela possibilita a ventilação e insolação dos ambientes internos.

A palavra assumiu diversos significados devido a esta acepção, em geral relacionando-a com a idéia de vazio. Por remeter ao exterior, pode ser considerada como ângulo de visão, pois permite a entrada de elementos como luz e ar, mas também possibilita a extensão do olhar como um indivíduo que não participa da ação observada.
O material transparente normalmente usado nas janelas é o vidro. A placa de vidro que constitui a janela é apoiada por um caixilho de suporte que pode ser confeccionado em diversos materiais, como madeira, ferro, alumínio e PVC. As janelas de PVC têm a especial característica de não necessitarem pintura, não sofrerem com a ação dos cupins (térmitas) e ainda são excelentes isolantes térmicos e acústicos.



Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo, pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal....

(Milton Nascimento e Beto Guedes)



Soneto I - A Rua dos Cataventos – MÁRIO QUINTANA

Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!… E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!

Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons… acerta… desacerta…
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas…

Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço…
Pra que pensar? Também sou da paisagem…

Vago, solúvel no ar, fico sonhando…
E me transmuto… iriso-me… estremeço…
Nos leves dedos que me vão pintando!


(...)

Às vezes sinto aqui, nestas calçadas,O passo amigo de vocês... E então

Não me constranjo de sentir-me alegre,
De amar a vida assim, por mais que ela nos minta...
E no meu romantismo vagabundo


 
(...)
Ao longo das janelas mortas
Meu passo bate as calçadas.
(...)
A minha sede insaciável de não sei o quê,

 
(...) é preciso construir uma torre...
é preciso construir um túnel...
é preciso morrer de puro,puro amor!...
(...)

Uma alegria para sempre
"As coisas que não conseguem ser
olvidadas continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre onde as
datas não datam."


(...)

Há bens inalienáveis, há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte da tua vida presente
e não do teu passado.


 

Um comentário:

Anônimo disse...

Sabe Roberto, a vida é mesmo muito curiosa (ou seria impressionante?)... Quem diria que um dia, morando a algumas muitas milhas, iriamos nos encontrar tão bem num conto, (ou seria numa crônica?).... Vc não deixa de me surpreender, como se vivesse numa outra dimensão, ao mesmo tempo mais profunda, mas infinitamente mais ampla do que posso supor... e mesmo que vc observe tudo por um 'olho-mágico', ainda assim, teu horizonte será o meu atlântico... E como disse Quintana, "as coisas que não conseguem ser olvidadas continuam acontecendo... há bens inalienáveis, há certos momentos que, ao contrário do que pensas, fazem parte da tua vida presente e não do teu passado. E abrem-se no teu sorriso, mesmo quando, deslembrado deles, estiveres sorrindo a outras coisas..."... Sorria. Nesta amiga, vc plantou uma 'árvore'... uma marca que nem o tempo e nem a distância podem apagar... Abs carinhoso, cheio de saudade!